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O que trabalhar no McDonald's me ensinou sobre imagem profissional

  • Foto do escritor: Clara Laface
    Clara Laface
  • 1 de dez.
  • 3 min de leitura

O trabalho no McDonald's marcou o início da minha trajetória profissional, lá pelos anos de 1999 a 2001, quando, aos 18 anos, encontrei minha primeira oportunidade, e tive que lidar com a tiração de sarro de muitos. “Mc escrava feliz” era uma das piadas que eu ouvia com frequência. Minha saudosa mãe, inclusive, fez campanha para eu não aceitar a vaga, preocupada com as dificuldades que poderia encontrar.


O que muitos não imaginavam, e eu só percebi com o tempo, é que o McDonald's foi uma base sólida para o meu crescimento profissional. Em meio ao trabalho em equipe e o atendimento ao público, aprendi lições sobre comportamento, aparência e profissionalismo que trago até hoje. Esses ensinamentos sobre imagem profissional se mostraram valiosos, muito além do balcão e das batatas fritas.


A experiência me ensinou que a construção de uma imagem profissional vai muito além de títulos e status. Ela começa com as pequenas atitudes, a forma como lidamos com nós mesmos e com os outros, e como organizamos nossa própria apresentação. Aqui estão alguns dos aprendizados que trago desde aquele primeiro emprego.

 

Foto da Clara Laface da época que trabalhava no Mc Donald's

Aparência importa, sim!

Sim, eu sei – todo mundo está cansado de me ouvir falar sobre isso, mas a verdade é que a aparência realmente importa, e eu aprendi isso no McDonald's. Na época, o uniforme que usávamos estava longe de ser bonito. Aliás, eu achava horrível! Para piorar, não podíamos pintar as unhas. Mas, como sempre, usei as “armas” que tinha: uma boa maquiagem e alguns frufrus coloridos para enfeitar as tranças do cabelo (lembrem-se, eu tinha 18 anos, relevem!). Pequenos toques assim me ajudavam a dar uma “cor” ao visual, e ajudou para que atuasse no caixa com mais frequência. No McDonald's, é comum a rotatividade entre as áreas, então estar no caixa frequentemente era um sinal positivo – a forma como eu me apresentava, mesmo limitada pelo uniforme, contava pontos.

 

Comportamento cortês com todos

Uma das frases que falávamos ao colega de trabalho após alguma solicitação “ok, obrigado.” Esse simples agradecimento reforçava o respeito e a atenção entre todos. No atendimento ao público, mantinha o tom amigável e acessível, e isso fazia diferença: muitos clientes começaram a pedir para serem atendidos por mim. Acredito que, no fundo, pensavam que eu seria comissionada de alguma forma, o que, é claro, não fazia parte da nossa remuneração, mas ainda assim a conexão com o cliente era visível. Esse simples ato de ouvir e responder com cortesia refletia uma imagem profissional cuidadosa e atenta.

 

Lidar com conflitos com inteligência emocional

Foi no balcão do McDonald's que comecei a entender a importância da inteligência emocional, embora nunca tivesse ouvido falar sobre isso. Lidar com conflitos era algo cotidiano, seja no contato com clientes ou no próprio ambiente interno. Aprendi que, em vez de revidar de forma agressiva, era possível falar sobre o que me incomodava de forma direta e firme. Em situações de pressão, mantinha a calma, e isso não só me ajudava a resolver o problema mais rápido, mas também evitava que pequenas situações se tornassem grandes conflitos. Essa habilidade de me posicionar sem perder o controle ou deixar as emoções tomarem conta foi algo que me moldou profissionalmente e me acompanha até hoje.

 

Meu comportamento não depende do dos outros

Um dos maiores ensinamentos foi perceber que o meu comportamento não depende dos outros. Aos 18 anos, era comum achar que a maneira como agia podia ser reflexo dos colegas, mas logo vi que, para o bom andamento do trabalho, precisava manter minha postura independentemente das atitudes alheias. Conviver com pessoas de quem eu não gostava ou com comportamentos duvidosos fazia parte do dia a dia, mas entendi que, ao agir com profissionalismo, conseguia respeito até mesmo daqueles que não tinham simpatia por mim. Foi agindo assim que aprendi que manter o profissionalismo cria uma barreira natural, evitando que atitudes negativas me impactassem diretamente.

 

Hoje, olhando para trás, vejo o quanto tive sorte em adquirir esse conhecimento logo no início da minha vida profissional. Claro, ao longo dos anos, cometi deslizes e aprendi com eles – esses são temas para outro momento. Mas a base sólida que ganhei naquela época no McDonald's foi essencial para a construção da profissional e pessoa que sou hoje. 

Esses aprendizados, que muitos não associariam a um ambiente de fast-food, foram fundamentais para moldar minha imagem profissional e me ensinaram lições que levo até hoje em cada nova etapa da minha carreira.

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